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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Presidente da Aerj dá entrevista ao blog e fala das emissoras de Am que estão indo para o Fm


A partir desta terça feira, dia 4 de maio, a Rádio Globo Am passará a ser ouvida, também, em Fm, na frequência 89,3. Esta mexida acontece meses depois da sua maior rival na capital, a Super Rádio Tupi, ter feito o mesmo. Em entrevista concedida ao blog, o presidente da Aerj, Hilton Alexandre (foto), fala sobre esta novidade no rádio carioca e afirma que o Am ainda é lucrativo.


Alfredo : A rádio Globo vai passar a ser retransmitida em Fm na próxima terça feira dia 4. O que vc acha deste movimento das Ams do Rio em direção a frequência do Fm?

Hilton : Não há de se negar a qualidade do conteúdo da programação das AMs, vejo como uma visão de se levar um conteúdo de qualidade, por uma frequência que permita um som melhor e estereo

Alfredo : Vc acha que a demora na escolha do padrão digital do rádio está levando a isso ou é apenas uma questão de posicionamento nas pesquisas de audiência?

Hilton : A demora da escolha do padrão do radio é por falta de uma tecnologia que atenda não só as FMs como as AMs, vejo que o governo tomou uma decisão sábia em adiar, afinal é melhor não escolher um caminho do que devaniar por um errado.

Alfredo : Os radiodifusores proprietários de Ams tem reclamado da queda de interesse, por parte da audiência, pelo veiculo. Vc acha que a culpa é da tecnologia ou do empobrecimento do conteúdo da Ams?

Hilton : O radio AM nos dias de hoje possue uma grande audiência e um faturamento maior que das FMs, acontece que esta situação não se repete para todas as rádios e sim para duas ou três por cidade. Houve muito desvio na qualidade de algumas radios AMs, sendo arrendadas por programação religiosa mal produzida e negligencia na manutenção dos equipamentos de estudio e transmissor, que acabou por resultar em baixa qualidade de audio e audiencia. Mas temos radios como a Bandeirantes (SP), Jovem Pan (SP), Tupi (Rio), Rádio Globo (SP e RJ), Itatiaia (MG), Rádio Gaúcha (RS), Excelcior (SP) , Sociedade (Ba) e radio Jornal do Commercio (Ce), que são exemplos de radios AMs em qualidade de programação e consequentemente audiencia e faturamento.
A preocupação do AM é quanto ao futuro, digo daqui 10 ou 15 anos, já que não está havendo uma renovação no quadro de ouvintes. Esta preocupação pode tambem ser pensada para as FMs, já que a intenet e os mp3, e ipods estao seduzindo as crianças.
O radio precisa mais do que nunca traçar o seu rumo para a proxima decada.

Alfredo : Até que ponto o arrendamento do rádio Am para políticos e igrejas prejudica as emissoras de Am?

Hilton : Como disse anteriormente , meios de comunicação sobrevivem do conteudo. Quando temos uma programação muito segmentada, restrita a um publico específico é sempre perigoso o seu resultado em torno de audiencia, e quando falamos em radios politicas ou religiosas a tendencia é se menosprezar no esmero da qualidade dos programas, já que não se vive da audiencia, do binomio AUDIENCIA X ANUNCIANTE = FATURAMENTO.
Acho um equivoco, salvo por lavagem de dinheiro, uma igreja ter uma radio com programação 100% sua, já que não alcançará público novo, a mesma teoria para um politico. Esta situação, infelizmente, não é exclusiva das AMs, ocorre na mesma intensidade ou até mais, por causa das piratas e comunitarias, nas FMs.

Alfredo : Quem tem Am deve seguir o que a Tupi e Globo estão fazendo? Procurar uma Fm para retransmitir seu sinal?

Hilton : Hoje não, talvez daqui uns 10 anos, nao havendo uma mudança na politica de distribuição de canais sim. Hoje ainda existe uma grande audiencia de AM. Se pegarmos o IBOPE veremos que a TUPI rj, tem mais ouvintes na AM que FM e a mesma coisa para a CBN rj.Hoje o radiodifusor estaria transformando dois negócios em um e talvez sepultando, em curto prazo, a sua poderosa AM.

Alfredo : DRM ou IBOC? Qual dos dois sistemas está ao alcance da maioria dos radiodifusores do pais, que são nitidamente pequenos empresários.

Hilton : Os dois são muitos semelhantes em custo e dificuldades. O DRM leva uma pequena vantagem por ter uma politica de royalties mais clara, cobra zero. O IBOC não definiu os valores para fabricantes de receptores, para o radiodifusor é um valor pequeno, nada que nao possa chegar a zero. O problema dos dois são em relação ao AM, em nenhuma das duas tecnologias teve resultado satisfatorio na pratica, quanto ao FM as vantagens tambem foram pequenas, essa estória que o FM fica com som de CD é lenda, melhora mas nem tanto.
A grande vantagem do digital são os serviços agregados, tipo transmissão de imagem, internet, dados, donwloads e transmissão de programação diferente simultanea em quatro canais. Mas isso só e vantajoso em FM, que a banda é mais larga que o AM, e de qualquer forma nem nos EUA definiram o aproveitamento dos serviços adjacentes.
O Radio Digital ainda é uma uma interrogação, uma ferramenta boa que ainda não sabemos para que usar. A questão é que temos que definir a migração do AM para o canal 5 e 6 da TV em FM ( 83 mhz a 87 mhz) para aí sim buscarmos o aproveitamento do radio digital e suas utilizações.

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