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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O blog repercute com João Pedro a possível adoção de dois padrões digitais para o rádio

Prezado Carlos Alfredo, boa tarde.
Obrigado pela oportunidade de contribuir com o seu Blog.

Respondendo:
1- Acredito que a adoção de um padrão de transmissão digital imediatamente é necessário. Tecnicamente, os dois principais padrões já foram estudados exaustivamente tanto pelas próprias empresas fabricantes (DRM e IBIQUITY) quanto pelos profissionais de vários países envolvidos nos testes de campo, fábricas de transmissores, fábricas de receptores, fábricas de chips, etc. Ressalto que infelizmente no Brasil houve um erro de interpretação no relatório AM apresentado pelo Instituto Mackienze/Anatel/MiniCom, resultando no atraso do processo de avaliação comercial e político do sistema Ibiquity. De qualquer forma, este momento de upgrade tecnológico é uma oportunidade para que os proprietários ou gestores das emissoras tomem conhecimento de como o sistema de transmissão da emissora está operando realmente. Obviamente será necessário um investimento em equipamentos de processamento, transmissão e atualização do Depto.Técnico/Operacional das emissoras para que a migração se faça sem surpresas ou decepções.

2- O radiodifusor poderá escolher o momento da sua digitalização. Imediatamente ou posterior à implantação, desde que o sistema digital adotado permita este gerenciamento, ou seja, partindo da premissa que não haverá mudança de banda de freqüência de transmissão. Caso contrário, a implantação/migração digital deverá ser no ato da implantação do sistema. Devido a nova tecnologia, será possível adicionar novos modelos de negócios incluindo a transmissão de dados corporativos, serviços de localização, áudio por demanda, entre outros. Os preços dos receptores estão numa reta descendente e hoje já é possível adquirir um receptor portátil HD RADIO no mercado brasileiro por R$ 220,00.

3- A migração das emissoras compreendidas entre 540kHz e 1.780kHz para a faixa VHF- parte da banda de Televisão e banda de FM (66 – 108MHz) não pode ser encarada como uma solução. Além do problema da distribuição de freqüências nas capitais onde não existe mais espaço físico, existe a questão da diminuição da área de cobertura destas emissoras.

Conclusão/comentários:Em qualquer processo de migração ou upgrade tecnológico existe o período de aperfeiçoamento e teste real de campo com os resultados de diversas situações de diferentes geografias. Hoje estamos numa posição limite da tecnologia de transmissão analógica AM e FM, cujo modelo é o mesmo há mais de 50 anos. Seja qual dos dois modelos que for adotado, certamente o processo/período de adaptação será mínimo e a percepção imediata, tanto do ponto de vista do ouvinte percebendo a melhoria na qualidade do áudio x robustez na transmissão, quanto do lado do radiodifusor, anunciante, gravadoras, etc, pelas novas oportunidades de ficar mais perto de sua audiência, oferecendo cada vez mais serviços com qualidade e interatividade.
Um abraço.

João Pedro Cunha Nascimento
Tecnólogo em Telecomunicações
CREA-RJ 92-1-03227-8

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